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CRIME E CASTIGO 6n6pz

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Bartpapo com Geraldo Câmara 08 de novembro de 2024

 As histórias e as estórias são normalmente reproduções da vida. Ou elas imitam o que acontece nesse mundo, nas vivências, nos sofrimentos e nas alegrias ou ao contrário acontece quando elas, as histórias, acabam por dar margem a imitações. Algumas boas e aceitáveis, outras absolutamente inadequadas e porque não dizer ridículas ou dramaticamente em desacordo. Dostoiévski, no seu famoso livro Crime e Castigo relata a vida de um jovem que adentrou o mundo do crime e depois de idas e vindas foi pego, foi julgado e condenado, mas acabou por ver sua pena reduzida por ter feito uma “delação premiada”. A estúpida teoria do autor defende a tese de que determinados homens podem matar pelo bem da humanidade e assim aconteceu com o seu personagem principal.

Começo este artigo falando do Crime e Castigo porque reporto-me aos recentes e verídicos acontecimentos quando os assassinos frios e brutais da vereadora Marielle Franco pressionados pela possibilidade de se locupletarem de uma delação premiada confessam o crime e expõem-se, sem mais delongas, ao critério aparentemente avassalador de julgamento popular que os condenaram a mais de 70 anos de prisão. Uma condenação justa e que daria a noção de verdadeiro equilíbrio das pessoas que têm o poder de julgar neste país. No entanto, a verdade é completamente outra porque já se sabe que por mil coisas, mil atalhos, inclusive o da tal “delação”, as penas de ambos serão gradativamente reduzidas a ponto de saírem do patamar de 70 anos para o ridículo piso de 7 anos. Isto já foi divulgado, já foi pisado e repisado mas, no entanto, tenho a certeza de que não absorvido. 

Gente, alguma coisa precisa mudar neste país. O Grande estadista francês, Charles de Gaulle, uma vez declarou em alto e bom som que “o Brasil não é um país sério”. Causou revoltas, críticas, mas somos obrigados a reconhecer que em muitos aspectos De Gaulle tinha razão. Porque não fazemos força para não aparecermos assim diante do mundo. A necessidade de um aperfeiçoamento mental em relação ao social está cada vez mais premente. E o social é muito mais profundo do que o que se pratica. O social envolve fatos como o deste cruel assassinato, como todos os outros que aconteceram e acontecem em relação a crescente feminicídios. Nossas leis precisam mudar. Nossa moral, sobretudo a costumes está completamente rompida, confundida, visceralmente ferida. E isto, sem dúvida alguma é um dos fatores relevantes que levam a cometimentos de crimes os mais variados que atingem a todos sem exceção. Não existe mais divisão e nem razão. O assassino principal de Marielle, o que atirou pra matar disse que o fez porque lhe foi oferecido um montante de dinheiro que ele jamais havia visto na vida. Portanto, vida e dinheiro caminham em paralelo de uma maneira vulgar que tornou o crime também banal e “normal”. 

E tudo precisaria caminhar através da justiça deste país. Essa questão de redução de pena tem que ar por uma revisão total e absoluta para que a banalidade também não e a ser sentencial. Para que as pessoas que cometem assassinatos não busquem fórmulas que levem a própria justiça a enveredar pelo caminho que eles querem ou preconizam ao enredarem seus crimes. Não vejo outra maneira, já que no Brasil a sentença de morte de muito foi abolida. E não foi. Porque vítimas como Marielle são diariamente sentenciadas à morte por seus algozes e assassinos. Eles podem sentenciar mas não podem ser sentenciados. Um problema seríssimo que mostra a todos nós que as próximas gerações talvez venham a precisar mudar leis e hábitos para viverem com mais serenidade. “Crime e castigo” é um livro estranho porque por trás dele existe uma teoria repugnante defendida pelo protagonista de que “certos homens superiores podem matar pelo bem da humanidade”. Será? É demais para mim. E para você? E para os mandantes do crime contra Marielle">[email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399