A viúva do motorista do ônibus, Luciano de Queiroz de Araújo, Maria das Graças da Silva recorda que os dois oficializaram, há pouco, a união de 25 anos. Da união, nasceram duas filhas. Segundo a mulher, Maria das Graças, uma delas já casara no civil, mas estava com data marcada para realizar a cerimônia na Igreja, com a presença dos pais.

Luciano de Queiroz de Araújo estava com viagem marcada para comparecer ao casamento da filha. De malas prontas, a família ia viajar para São Paulo para participar da cerimônia. Ele levaria a filha ao altar. Na viagem, o casal ia aproveitar para visitar outros familiares.

Diante da tragédia, é com carinho que Maria das Graças vai lembrar do esposo, a quem descreveu como “guerreiro, homem de bem e provedor da família”, palavras ditas com muito carinho pela companheira.

Segundo Maria das Graças, o esposo relatava constantemente que o ônibus sempre estava quebrado ou quebrando e que o veículo era levado com frequência para oficina. Ainda de acordo com a viúva, inicialmente, ele não iria trabalhar no domingo, dia 24.

“Eu até disse que ele não fosse. Mas ele respondeu que era o trabalho dele e que ele precisava botar o pão de cada dia em casa para gente”, recordou ao lamentar a morte do esposo e dizer que, de última hora, ela e uma das filhas do casal, desistiu do eio. Eles também iriam embarcar no veículo. A família morava em Maceió e se mudara para União dos Palmares há pouco tempo.

Em meio à tragédia que deixou Alagoas e o Brasil perplexos, uma vida chegou para acalentar um pouco o coração dos que choram pelo acidente. Uma das pessoas que estava no ónibus, estava gestante. Com oito meses de gravidez, ela deu à luz em parto de emergência no Hospital Regional da Mata. Mãe e bebê seguem internados, mas am bem.