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Queda na vazão do Rio São Francisco chega a 60% e preocupa os cientistas 2r2b3n
Estudo de professor da Universidade Federal de Alagoa, publicado em periódico internacional, chama atenção para causas do problema u104v
Em estudo realizado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e publicado no periódico internacional Water, pesquisadores identificaram que a vazão do Rio São Francisco sofreu uma redução de aproximadamente 60% nos últimos 30 anos. A informação traz preocupação porque, se esse ritmo for mantido, pode trazer problemas sérios para a população dentro de alguns anos.
O meteorologista Humberto Barbosa, pesquisador responsável pelo artigo, que esse é um cenário grave. “Essa degradação tem feito com que o Rio São Francisco esteja numa situação extremamente delicada. É a única bacia hidrográfica de 12 bacias hidrográficas no Brasil onde você tem uma alta vulnerabilidade climática. Nisso não há nenhuma novidade, o que a gente percebeu é que houve um encolhimento, uma diminuição dessa quantidade de água que escoa nesse rio, e essa quantidade ela vem diminuindo a cada década significativamente”.
“A cada 10 pessoas, daqui a 25 anos, olha 25 anos a rápido, talvez até - é uma estimativa –de 10 pessoas, sete viverão nos centros urbanos, então aonde vai vir essa área para atender essa demanda? Vai vir das bacias. Mas qual é a situação das bacias? São bacias degradadas, onde você tem dejetos de indústria, dejetos domésticos, você tem a irrigação, mas também a irrigação traz poluição do rio pelo uso de agrotóxico. Você tem o uso da água em excesso por esse setor, você precisa produzir energia”.
Com tudo esse uso, ele avalia que, mesmo que a água não acabe, ela não vai ter condições adequadas. “Nem tanto que a água vai acabar, é como a qualidade dessa água e essa quantidade vai poder estabelecer uma condição de equilíbrio, que a gente ainda hoje está numa condição de equilíbrio, mas se acontecer uma grande seca, não há uma previsibilidade”.
Em caso de água faltando, são afetados vários setores, a exemplo da saúde. “O Sistema Único de Saúde vai depender também de uma alta demanda, por problemas de saúde veiculados lá a questão da qualidade da água”. Tem também a questão econômica, porque a escassez da água pode trazer aumento da inflação, aumento da produção de energia e dos alimentos, tudo isso depende da água. Humberto alerta que o prazo para esse problema pode ser menor do que se espera. “A gente não pode achar que vai ser daqui a 30 anos não, pode ser no próximo ano. Pode ser daqui a dois anos, se essa situação de gestão hídrica permanecer do jeito que ela está, ela não tem condições. Já está em desequilíbrio hoje o uso do recurso que existe”.
As razões apontadas pelo estudo para essa queda na vazão são fatores ambientais, como o desmatamento da caatinga, assoreamento da bacia, principalmente na carga principal, e o grande número de usuários. São aproximadamente 500 mil pessoas dependendo diretamente do Rio São Francisco para sobreviver.
A questão, segundo o pesquisador, é política. “Nessa bacia há uma gestão, há um comitê de bacias que determinam como você tem essa fração de água que é utilizada na bacia do São Francisco. Em anos críticos, anos de seca, isso traz certos conflitos, desde questões que vão da quantidade de água que a bacia vai adotar, qual é a vazão, ela pode controlar, ela tem uma gestão de um parâmetro sobre as condições nesse momento, sobre qual é a vazão média que a bacia tem que ter para que atenda todos esses múltiplos usuários. Então aí entra uma questão política e entre uma questão de gestão hídrica que é complexa, porque você tem que atender diferentes usuários e sabendo que o principal usuário é o abastecimento. Em situação crítica, pela lei do país, a demanda principal é o abastecimento de água. Em crise hídrica, corta-se todos os usuários e o abastecimento a a ser a prioridade, abastecimento humano e de animais. Isso significa que você começa a criar conflitos em situação, onde você tem estado você tem municípios, você tem grupos que são mais fortes, principalmente ligados a agricultura onde você determina esse como é que vai ser a gestão do uso dessa água. A última grande seca foi de 2012 a 2017 essa seca ela trouxe também questões muito de gestão hídrica do da bacia”.
Parlamentar critica transposição 4ql55
O deputado estadual Inácio Loiola (MDB), membro da Comissão de Meio Ambiente e Proteção dos Animais da Assembleia Legislativa, diz que essa é uma questão antiga. “Minha preocupação com o Rio São Francisco vem de muitos anos. O maior problema ambiental que o Brasil enfrenta é a degradação do Rio São Francisco. O Rio São Francisco vem morrendo, é um paciente que está na UTI. Ele representa em torno de 70% do potencial hídrico do Nordeste, é responsável por 95% da energia gerada pela Chesf, sem levar em consideração a hidrelétrica Três Marias que é de propriedade da Companhia de Eletricidade de Minas Gerais”
Na avaliação dele, a transposição agravou o problema do rio. “O São Francisco é responsável por 300 mil hectares de projetos de irrigação ao longo de sua bacia. É responsável pela navegação, pela pesca, pela piscicultura, pelo abastecimento de inúmeras cidades de Minas Gerais da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Para vocês terem uma ideia toda região do Agreste do Sertão de Alagoas, essas duas regiões são abastecidas com água do rio São Francisco, e com esse projeto criminoso de transposição das águas do rio São Francisco, hoje ele leva a água para o Nordeste setentrional de Pernambuco que é o sertão Pernambucano, que não faz parte da bacia hidrográfica de São Francisco leva para os Estados da Paraíba e do Ceará. Resumindo, o Nordeste sem o Rio São Francisco, a a ser um deserto, a mesma coisa do Egito sem o Rio Nilo”.
Se declarando “oriundo das barrancas do Rio São Francisco, em Piranhas”, o parlamentar diz que desde 1977 chama atenção para o problema. “Mas até o presente momento, as autoridades competentes não despertaram para isso. Conclusão, como é um rio interestadual a competência é do Governo Federal. Não os governos estaduais. Têm participação sim, mas são coadjuvantes. O protagonismo tem de partir do Governo Federal, que é o responsável maior pela revitalização do rio São Francisco. Nós temos soluções, o mundo científico tem, o problema é a questão política. Nós temos o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, que tem projetos para revitalização do nosso rio, o Velho Chico, Rio da unidade Nacional, mas que infelizmente esse tema esse assunto sempre caiu no esquecimento”.
Nosso rio está cambaleando, está em uma situação crítica. Se a gente não se preocupar com ele, nós vamos deixar de ter o Rio São Francisco e ele começa a morrer pela sua região estuaria. E a região estuaria compreende os estados de Alagoas e Sergipe. Quero dizer, porque sempre fui contra a transposição das águas do São Francisco: Você não pode fazer de um paciente que está na UTI, um doador de sangue. E o São Francisco que está na UTI, fizeram a transposição para atender Pernambuco, Paraíba e Ceará, mas esse projeto de transposição só vai atender 1% da população dessas regiões, que o projeto tá levando água”.
Programa integrado realiza fiscalização preventiva 133g
Cumprindo a função de órgão de controle social, o Ministério Público Estadual participa de um programa voltado para essa questão, que é o programa de Fiscalização Preventiva e Integrada na Bacia do São Francisco (FPI). De acordo com o promotor Alberto Fonseca, um dos coordenadores do programa, “A FPI busca dar um basta ao processo de degradação ambiental na bacia do São Francisco e tem como escopo fundamental contribuir para a melhoria da quantidade e qualidade dos recursos hídricos no Velho Chico. Durante as etapas de campo são feitas ações de fiscalização, educação ambiental e diagnósticos de políticas públicas”.
Fonseca detalha como acontece esse trabalho. “As ações de fiscalização ocorrem em várias frentes como desmatamentos, usos múltiplos da água e saneamento básico. Diversas outras temáticas também são trabalhadas como fauna, agrotóxicos, mineração, eólicas, cerâmica, e demais atividades que impactam a bacia”.
De acordo com o Comitê da Bacia do São Francisco, a FPI do Rio São Francisco já totaliza 71 etapas em 222 municípios visitados nos estados da Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco e Minas Gerais. Desse total, 12 ocorreram em território alagoano desde 2014. Em maio de 2024, aconteceu a 13ª etapa de Alagoas.
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